Como as órbitas de Vênus e da Terra possuem inclinações diferentes, Vênus normalmente aparece acima ou abaixo do Sol (e portanto não pode ser visto da Terra). Halley previu que no dia 6 de junho de 1761 Vênus passaria na frente do Sol, e durante algumas horas a estrela brilhante apareceria como um círculo negro perfeito. Ele acreditava que, medindo o tempo exato e a duração desse raro encontro celeste, os astrônomos poderiam obter dados necessários para calcular a distância entre a Terra e o Sol. Halley explicou que era essencial que diversas pessoas em lugares diferentes, em todo mundo, medissem o raro encontro ao mesmo tempo. Não bastava ver a passagem de Vênus apenas na Europa, os astrônomos precisariam viajar a lugares remotos, tanto no hemisfério norte quanto no sul, e somente se eles combinassem esses resultados poderiam alcançar uma compreensão matemática precisa do sistema solar.
Então no dia 30 de abril de 1760, o astrônomo oficial da Marinha Francesa Joseph-Nicolas Deslile digiriu-se a uma reunião da Academie des Sciences, em Paris. A partir desse encontro, eles teriam pouco mais de 1 ano para organizar as viagens de 12 cientistas ao redor do globo que enfrentarão tempestades, terremotos, doenças e até a morte para realizar a Maior Expedição Científica realizada até então.
O livro é divido em 2 partes, o trânsito de 1761 e o trânsito de 1769, e conta relatos das aventuras dos cientistas que viajaram aos lugares mais distantes do globo para poder registrar esse raro evento astronômico. Baseado em diários de bordo, registros científicos e relatos históricos, de um tempo em que fazer ciência era uma aventura a la Indiana Jones, um tempo onde homens embarcavam em viagens ao desconhecido.
Esse não é um livro só sobre astronomia, é um livro sobre aventuras, descobertas e amor pela ciência. De leitura fácil irá agradar qualquer pessoa que tiver curiosidade suficiente para dar uma chance a ele. Recomendo!
"Devemos mostrar que somos melhores, e que a ciência fez mais pela humanidade do que a Graça suficiente ou Divina."Denis Diderot
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