Ele provou que as pessoas são muito más, bem mais do que imaginamos. E para fazer isso inventou um experimento muito louco. Nos anos 60, ainda repercutiam os julgamentos dos crimes nazistas em que muitos oficiais que participaram das carnificinas dos campos de concentração alegaram estar apenas cumprindo ordens. Nesse contexto, Stanley Milgram, um psicólogo social com Ph.D. por Harvard, interessou-se em verificar até que ponto os valores morais de um homem comum resistiriam à ideia de autoridade e de obediência.
Milgram recrutou 40 voluntários masculinos para operarem uma máquina que produzia choques numa escala de 15 volts a 450 volts em um outro voluntário (na verdade, um ator contratado). Eles foram informados de que receberiam o pagamento independentemente do que fizessem, mesmo que desistissem e fossem embora. A experiência era: um por vez controlaria uma máquina de eletrochoque e ela deveria ser acionada, em intensidades progressivas, cada vez que o voluntário, sentado em uma cadeira numa outra sala, errasse uma pergunta feita pelo "experimentador". Gravações de gritos e reações ao choque em diferentes intensidades eram acionadas cada vez que o voluntário aumentava o nível da punição. Frente à reação dos voluntários ao ouvirem os gritos cada vez mais assustadores, o experimentador insistia para que a pessoa continuasse com o experimento.
Antes da experiência conduzida por Milgram acreditava-se que apenas de 1% a 3% das pessoas - que seriam psicóticas ou portadoras de alguma patologia - obedeceriam cegamente as ordens de machucar continuamente alguém até levá-lo à morte. O experimento mostrou que na verdade 65% das pessoas fizeram isso. O tipo de experimento de Milgram provocou inúmeras polêmicas e por questões éticas nunca mais pode ser repetido. Além de nos atormentar sobre o quanto podemos ser maus, Migram também desenvolveu uma maluca ideia sobre os seis graus de separação, ou a teoria do mundo pequeno.
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