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segunda-feira, 8 de maio de 2023

Por que o DeLorean precisa estar à 88mph para viajar no tempo????


     Apesar dos erros de ciência e de roteiro, é impossível negar que o filme De Volta para o Futuro é um dos grandes clássicos da ficção científica. Durante a trilogia, Doc Brown nunca nos explicou o motivo pelo qual o DeLorean precisa estar a 88 milhas por hora para poder viajar no tempo. Para poder explicar e mostrar os cálculos primeiramente precisamos entender como funciona a teoria da viagem no tempo usada no filme. Existem várias teorias que falam da possibilidade de viajar no tempo, irei pincelar algumas delas.

    Mas começarei a teoria errada (ou quase errada). Quando eu estava no segundo grau um professor de matemática (talvez seja por isso o erro) explicou como funcionava a viagem no tempo em que o filme se baseava. E fazendo um movimento com um giz da lousa (saudades dos anos 90) em direção ao seu rosto ele explicou que, imaginando que o giz é uma onda de luz que refletiu num objeto e se dirige à nossa retina, se nós acelerássemos à velocidade da luz estaríamos exatamente acompanhando aquela onda de luz e assim tudo ficaria parado (foi com este raciocínio que Einstein criou a teoria da relatividade) e o tempo pararia para essa pessoa.

    Se dermos um passo mais à frente na imaginação e acelerássemos mais que a velacidade da luz, ultrapassando-a, iríamos simplesmente voltar no tempo. Caso resolvessemos parar o tempo voltaria ao normal e todas ondas de luz que passamos iriam passar por nós novamente, revendo todo o passado. Essa não é a teoria usada no filme pois nesse caso de viagem do tempo nós só poderíamos rever o passado mas não interagir com ele, pois não estaremos em contato com a matéria mas somente recebendo suas ondas de luz novamente. E o ponto crucial é que, pela teoria da relatividade do Einstein, nada pode viajar mais rápido que a luz.

    Albert Einsten e Kurt Gödel discutiram sobre a possibilidade da viagem no tempo através da rotação do universo (pretendo fazer um post sobre isso em breve). Outro teoria sobre viagem no tempo é a do Buraco Negro, que supostamente conecta à outra parte de universo em um Buraco Branco, ou seja, tudo que cai num Buraco Negro é cuspido pelo Buraco Branco em outro canto distante do universo. Caso acelerássemos um dos buracos à velocidade da luz o tempo iria diminuir para ele mas continuaria passando normal para o buraco parado criando uma distância temporal. Porém essa teoria funcionaria para apenas a partir do momento que os buracos fossem colocados em movimento, impossibilitando viagem para um tempo anterior.

    Já no filme a teoria da viagem no tempo é a do Buraco de Minhoca, onde o espaço-tempo é dobrado criando um atalho entre o ponto A e B. É como se pegasse uma folha de papel com os pontos A e B nas extremidades opostas e dobrasse a folha aproximando os pontos. Qualque objeto que passase por um buraco esteria exposto à temperaturas extremamente baixas, próximas do zero absoluto (-273°C), por isso o DeLorean fica gelado após a viagem.

    Buracos de minhocas necessitam de muita energia para serem criados (por isso o plutônio e o raio da torre) e são altamente instáveis, durando apenas uma fração de segundo. E é esse o motivo do DeLorean necessitar estar à 88mph. Acompanhe o cálculo abaixo:

    88mph x 1,6 = 140,8 K/h

    140,8 K/h ÷ 3,6 = 39,0 m/s

    Ou seja, 88mph é igual a 140 K/h que é igual a 40 m/s aproximadamente, então a cada segundo o DeLorean move 40 metros. Já que o buraco de minhoca é instável e dura apenas uma fração de segundo, aproximadamente 0,1segundos então 40 m/s ÷ 0,1s = 4 metros, que é exatamente o comprimento de um DeLorean (e da maioria dos carros comuns). Então 88mph é a velocidade mínima necessária para que o DeLorean passe com os seus 4 metros de comprimento pelo buraco de minhoca em 0,1 segundo. Caso não atinga essa velocidade o buraco fechará e cortará o carro ao meio.

sábado, 4 de maio de 2013

2001: Uma Odisséia no Espaço - Uma viagem pela quarta dimensão

     Olá doidinhos, esses dias tive uma discussão legal sobre o filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, e desde então fiquei com vontade de fazer um post sobre esse clássico da ficção científica. Esse filme é uma obra prima do gênio Stanley Kubric e merece um baita post para poder discutir tudo oque se passa nele pois é um daqueles filmes que quando se termina de assistir pode se sentar numa mesa de bar a virar a madrugada discutindo sobre o filme. Infelizmente o cinema de hoje não tem mais filme assim, pois são feitos somente de efeitos especiais e ação. Mas oque eu aqui é só faz um comentário sobre uma cena específica do final do filme: a viagem pelo inter-estelar....



     Para quem se lembra (ou para quem ficou acordado até o final do filme), é a cena que David viaja por um local estranho, cheio de cores e formas que vão mudando, ao som de uma "música" muito maluca. Para quem leu meu post sobre a Quarta Dimensão, percebeu que essa cena é apenas uma viagem pela quarta dimensão, feita por um viajante tridimencional, o David no caso. Para quem teve preguiça de ler todo meu post da Quarta Dimensão, vou transcrever abaixo apenas a parte que mostra uma viagem interdimensional. É um trecho do Livro Flatland, que conta a vida de seres bidimensional que vivem em um plano.
     "Para imaginar uma viagem interdimensional, imagine arrancar Sr. Quadrado de Flatland e jogá-lo no ar. Digamos que, enquanto flutua por nosso mundo tridimensional, ele topa com um ser humano. Como Square nos veria? Como seus olhos bidimensionais só podem ver fatias planas de nosso mundo, um ser humano lhe pareceria um objeto feio e assustador. Primeiro ele veria duas figuras ovais de couro a sua frente, nossos sapatos. Quando é arrastado para cima essas duas figuras mudam de cor e forma e se transformam em dois círculos de tecido, as nossas pernas, até  se misturarem em um único círculo ovalado, nossa cintura. Depois aparecem mais dois círculos, os braços e mudam de cor, a cor de nossa camisa, e conforme continuam subindo os três círculos se junto em um só círculo de carna, nossa cabeça. Para ele, os misteriosos seres humanos são um amontoado apavorante de círculos e formas em constante mutação."

terça-feira, 13 de março de 2012

Livro: Flatland - um romance em muitas dimensões

"A melhor introdução que se pode achar para a maneira de perceber as dimensões."
Estas palavras são do grande escritor Isaac Asimov quando se referia ao romance Flatland.


Sobre viver num mundo plano

Flatland é um romance nada comum. Como o nome sugere, a história se passa num mundo plano, achatado. Tente entender como seria viver num ambiente em que existem apenas duas dimensões físicas. Para se ter uma noção de como se enxerga nesse mundo, peguemos o exemplo de uma moeda. Num mundo em 3 dimensões, é possível discernir toda sua circunferência, sua altura, largura, etc. Agora, para formar a ideia de como os habitantes de Flatland enxergam, posicione a moeda sobre a mesa, depois desça sua visão até a quina da mesa e olhe para a moeda. Você verá apenas um risco. É... deve ser difícil diferenciar as coisas em Flatland.


O autor

Agora pense, quem seria capaz de ter uma ideia tão absurda como essa, no século XIX? Provavelmente algum matemático louco, ou físico. É, mas aqui a história é um pouco diferente. Edwin Abbot Abbot (nome legal, não?) nasceu em 1838, vindo a falecer em 1926. Por incrível que pareça, era um professor de literatura e teologia. Minha intenção não é desmerecer os profissionais da área de humanas, mas é realmente espetacular que as ideias revolucionárias (vou explicá-las mais tarde) presentes em Flatland surgiram de alguém com pouca intimidade com as ciências exatas, detentora do domínio dos estudos dimensionais. É curioso que Abbot publicou seu livro com um pseudônimo, receoso que sua obra fosse absurda demais e denegrisse sua reputação.

Sobre o romance

Agora que você tem alguma ideia de como é viver num mundo bi-dimensional, imagine então um mundo povoado por figuras geométricas. A história é narrada por um humilde quadrado, pai de família, um trabalhador comum em Flatland. O mundo de Abbot tem lá suas peculiaridades. Por exemplo, uma casa não pode ser construída como um quadrado ou um triângulo, pois seus ângulos são demasiados agudos e podem ferir algum desavisado andando por ali (lembre-se que é difícil, em Flatland, discernir as figuras, tudo é apenas riscos). A sociedade de Flatland é estratificada, onde seu grau de nobreza (inteligência) é maior conforme o seu número de lados. Um triângulo isósceles é a classe mais baixa de Flatland e, a eles, é atribuído o trabalho de soldados. Os polígonos com muitos lados, que se aproximam de um círculo, são membros da nobreza e do clero. E assim vai.


Certo dia, nosso protagonista (um quadrado) tem um sonho, um sonho onde ele visita Lineland, ou seja, um mundo de uma dimensão, onde fracassa em convencer o "ignorante" rei de Lineland que existia uma dimensão a mais. Neste ponto da história, é semeada a ideia central do romance.


Algum tempo depois, Sr. Quadrado recebe uma estranha visita de um ser que afirma ser da terceira dimensão (ele enxerga apenas a projeção desse ser em seu mundo). Assustado, o narrador encontra dificuldade em aceitar a existência de uma dimensão adicional, mas lembra-se do sonho e percebe que seria perfeitamente possível. Momentos depois, o estranho ser (uma esfera) o leva para conhecer seu mundo, o mundo tri-dimensional.


A partir daqui, sugiro que você leia o livro, que pode ser baixado, gratuitamente, no site do projeto Guttemberg. Está em inglês. Clique aqui para ler on-line.

A ideia revolucionária



Pois é, Einstein era apenas uma criança quando Abbot já imaginava a existência de mais uma dimensão física. Aliás, por indução, podemos aceitar a estranha ideia de existirem n dimensões, por que não? Imagine-se, novamente, um habitante da segunda dimensão, já percebeu o quão difícil é aceitar que existem 3 dimensões? Tente desenhar, numa folha de papel, 3 eixos ortogonais. É impossível, o máximo que conseguimos é fazer uma "projeção", e imaginar que aquele terceiro eixo (o eixo x na figura) é ortogonal aos outros dois. Isto é, está "saindo" da folha de papel.


Agora, extrapolemos isso para a nossa dimensão. Olhe para o teto no canto, onde se encontram as paredes. Observe que é possível discernir 3 eixos ortogonais. Você consegue imaginar mais um eixo, ortogonal a todos os outros? É possível afirmar que ele não existe, somente por que nós não conseguimos percebê-lo?

O filme


Alguns filmes sobre Flatland já foram produzidos. Contudo, recentemente, foi feito um filme muito bom, baseado no livro de Abbot. Criado graças aos esforços solitários de Ladd P. Ehlinger Jr, Flatland: The Film já recebeu elogios de diversos críticos de cinema e está conseguindo levar as ideias de Abbot a um número maior de pessoas. Em São Carlos, onde moro, será exibido num cinema popular pertencente ao centro de divulgação científica da USP. Visite o site oficial.

Comentários finais


Já me alonguei demais neste post, mas espero que eu tenha conseguido, pelo menos, provocar a curiosidade do leitor. Flatland é um ótimo exemplo de como uma ideia matemática complexa pode ser explicada de uma forma diferente e inusitada. Pretendo, em alguns posts futuros, falar mais sobre a quarta dimensão, um assunto pelo qual me interesso bastante. Mas por hoje é só.

Até!

E para quem tiver interessado, aqui vai um trailer do filme:

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Filme: Contato(1997), de Carl Sagan

     Olá doidos.
     Bom, agora vou falar de um filme que vi um tempo atrás e recomendo a todos: Contato, de Robert Zemeckis. O filme é baseado no livro do grande astrônomo e cientisa Carl Sagan, e conta com as belas atuações de Jodie Foster e Matthew McConaughey. Vi o filme pela primeira vez anos atrás, e resolvi ver novamente para pode postar minha opinião aqui no blog. Mesmo vendo pela segunda vez, me surpreendi novamente com o filme, desta vez olhando sobre um outro aspecto. O filme narra uma história que fala de razão, emoção e fé, elementos que acredito ser a fudação da alma humana. Vou apenas fazer uma pequena sinopse. Também coloquei a introdução do filme, que é bem bacana, mostra o planeta terra do espaço ao som de uma música moderna e a câmera vai se distanciado, e conforme aumenta a distância a música vai alterando, pegando as ondas de rádios mais antigas que estão na imensidão do espaço. 

     Ellie Arroway foi uma jovem que desde cedo foi apaixonada por ciência e astronomia. Orfã de pai e mãe, virou cientista, dedicando sua vida na busca por contatos com vidas inteligentes do universo. Nisso, Ellie vive um romance com Palm Joss, um teólogo que ganha notoriedade ao estudar os males que trazidos pela ciência e tecnologia à sociedade. Os dialogos entre os dois acabam se tornando a parte mais interessante do filme. Como cientista, Ellie sempre busca provas e evidências para explicar o mundo a sua volta e oque não possue prova, como a existência de Deus, não pode ser considerado verdadeiro, e a explicação que define os eventos devem ser as mais fáceis ou simplórias possíveis (ela chama isso de Navalha de Occam). E Joss tenta mostrar para ela que a ciência não pode ser o único parâmetro para explicação da vida, que a fé pode oferecer às pessoas um significado que a ciência não consegue. Depois de anos seu sonho se tornou realidade. Com origem na distante estrela Vega, chega a Terra um sinal, uma informação cifrada e Ellie é primeira pessoa a captá-la e a única disposta a seguir cegamente a mensagem alienígena. Esta é a sua grande chance de fazer contato, mesmo que para isso tenha que correr risco de vida.

Segue abaixo o link da introdução do filme: 
 
Abraços a todos
Bruno Martinez Ribeiro