quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Livro: O Príncipe, de Maquiavel, com comentários de Napoleão Bonaparte

Bom pessoal, como Ciências Políticas também é ciência, fiz esse post sobre um dos melhores livro sobre isso. Já tinha lido esse livro vários anos atrás, agora reli com uma versão que contém comentários de Napoleão Bonaparte, o que deixou o livro muito mais interessante. Esse era um de seus livro de cabeceira, relido várias vezes por ele, por isso tem comentário de várias épocas de sua vida. Após cada comentário, entre parenteses consta a época da vida que o comentário foi escrito. Transcrevi os trechos do livro onde os comentários achei mais interessante.

"Isto porque assim como os que desenham as paisagens se postam embaixo na planície para contemplar a natureza dos montes e sítios altos e para contemplar a natureza dos lugares baixos se postam sobre os montes*, do mesmo modo...."
*Comecei desta forma e assim é conveniente fazer. O fundo dos vales torna-se melhor conhecido quando visto do cume da montanha (primeiro-cônsul)

"Digo então que, nos Estados hereditários e acostumados à estirpe de seu príncipe, as dificuldades para conservá-los são bem menores que nos novos*, visto que basta não preterir as regras dos ancestrais...."
*Hei de evitá-las tornando-me o decano entre os soberanos da Europa. (general)

"É no principado novo, contudo, que se encontram as dificuldades. E, em primeiro lugar, as encontramos nos principados não completamente novos, mas que são apenas parcialmente, podendo ser chamados de quase mistos*."
*Como há de ser o meu no Piemonte, Toscana, Roma, etc... (cônsul)

"E isto deriva de uma outra necessidade natural e ordinária, a qual faz com que necessitemos sempre oprimir aqueles de quem acabamos de nos tornar príncipes, seja mediante tropas militares, seja através de uma infinidade de outras vexações que se seguem  a uma nova conquista*."
*Pouco me importa: o êxito justifica-o. (cônsul)

"Digo portanto, que esses Estados incorporados pela conquista a um Estado mais antigo pertencem à mesma nação, tendo a mesma língua ou não.Em caso afirmativo, é muito fácil conservá-los, principalmente se não estiverem habituados a viver em liberdade*; e para possuí-los com segurança basta eliminar a linhagem do príncipe antigo que o dominava**,pois...."
*Ainda que estivesse, saberia dominá-los. (general)
**Nunca me esquecerei disso onde quer que eu domine. (general)

"O conquistador desse tipo de Estado, se desejar conservá-lo, deverá considerar dois pontos: primeiro, que a raça de seu antigo príncipe desapareça*, e segundo, que não sejam alterados nem suas leis nem seus impostos*."
*Prestar-lhe-ão auxílio. (general)
**Aqui Maquiavel é ingênuo. Conheceria tanto quanto eu o poder da Força? Farei demonstração contrária no seu próprio país, na Toscana, bem como em Piemonte, Parma, Roma, etc. (imperador)

"Além disso, a província não é espoliada pelos funcionários do príncipe*, podendo os súditos ter a satisfação de recorrer ao príncipe próximo a eles, com maiores motivos para amá-los, desejando ser bons, e temê-lo**, desejando ser coisa diversa."
*Enriquecerão, convenientemente, se me servirem a contento. (cônsul)
**Temam-me, é suficiente. (imperador)

"Aquele que não acatar bem este ponto longo perderá o que conquistou e, enquanto o conservar, terá mil dificuldades e aborrecimentos*."
*Maquiavel ficaria pasmo com a arte com que soube evitá-los. (imperador)

"Com sua ajuda, Luís XII poderia ter neutralizado os Estados maiores*. Entretanto, mal pôs os pés em Milão fez o contrário, dando suporte ao papa Alexandre para que este ocupasse a Romanha, sem perceber que com essa decisão se debilitava, privando-se dos amigos e daqueles que haviam  lançados em seus braços. E fortalecia a Igreja**, visto que somava ao seu poder espiritual, que lhe dá tanta autoridade***, um poder temporal."
*Não necessitarei deles para obter essa vantagem. (general)
**Erro imenso! (general)
***É absolutamente necessário que eu embote os dois gumes de sua faca. Luís XII era simplesmente um idiota. (general)

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